"Há dez anos, uma equipe de comandos especiais foi mandada para a prisão por um tribunal militar por crime que não haviam cometido. Esses homens escaparam da prisão militar de segurança máxima passando a viver secretamente em Los Angeles. Ainda hoje são procurados pelo governo e sobrevivem como aventureiros, Soldados da Fortuna. Se você tem algum problema, se ninguém mais puder ajudá-lo e se conseguir encontrá-los, talvez consiga contratar o ESQUADRÃO CLASSE A”
Quem viveu os anos 80 sente saudade dos seriados que passavam naquela época. Mesmo com sua produção tosca, as aventuras dos personagens e vinhetas de abertura como esta prendiam a atenção do telespectador. "Supermáquina", "Contrato de Risco" e "Profissão:Perigo" são os que mais vem a mente,mas nenhum se compara a estréia dessa semana, "O Esquadrão Classe A".
Todos queria ter o carro Kit, da Glasslite, mas o furgão preto do B.A> também não ficava muito atrás.
A trama girava em torno de soldados da guerra do Vietnã que foram injustiçados e se tornaram fugitivos; a cada semana, acompanhávamos sua luta pela sobrevivência ajudando desconhecidos em prol de grana e, casualmente, agindo clandestinamente para ajustar situações delicadas em que a justiça muitas vezes não atuava. O roteiro aparentemente é bobo para os padrões atuais, mas o carisma dos quatro personagens e os diálogos faziam toda diferença.Nada mais justo que produzir um filme a altura.
Dirigido por Joe Carnahan ("Narc"), o roteiro apresenta a "origem" do esquadrão, mostrando como eles se encontraram e o que os levou a prisão. Falar mais, seria entregar o doce do filme (que tem ainda cenas após os créditos, além da música original!!).
Segue a relação de atores e seus repectivos papéis - o atual e o original:
Liam Neeson/George Peppard - John "Hannibal" Smith.
Liam é o eterno mentor, como costuma ser em 9 dos 10 filmes em que atua ("Batman Begins","Cruzada", "Star Wars"...), o gênio por trás de cada plano de sua equipe, ficando devendo somente nos disfarces que Peppard era especialista nos episódios;
Bradley Cooper/Dirk Benedict - Cara-de-Pau.
Bradley trilhou o mesmo caminho que seu antecessor, pois surgiu no seriado "Alias", mas diferente do eterno Starbuck de "Battlestar Galctica", conseguiu engatar sua carreira no cinema. O tenente Peck é sempre caracterizado como o galanteador da equipe, algo que Cooper parece não se incomodar em reprisar em seus papéis;
Quinton "Rampage" Jackson/ Mr. T - B.A. Baracus.
Este lutador americano substitui o fanfarrão Mr. T no papel que marcou uma geração com jargões do tipo "...tenho pena do trouxa que tentar isso comigo"("pity the fool", no original os anéis usados pelo personagens e aqui tatuados nas mãos do sargento), ou ainda como o cara que enfrentou Stallone em "Rocky 3".
Sharlto Copley/Dwight Schultz - Cap. "Cachorro Louco" Murdock.
Grande achado do filme "Distrito 9"; é o mais parecido com o ator original, tanto na atuação quanto no biotipo, além de ser responsável, claro, pelos momentos mais engraçados do filme - geralmente envolvendo fugas de sanatórios ou sacanear o B.A. para colocá-lo em um avião.
Jessica Biel e Patrick Wilson são dispensáveis, cumprem seus papéis sem prejudicar a trama.
Meu único revés é em relação aos efeitos especiais: as sequências noturnas sempre me dão a impressão de serem gravadas desta forma para disfarçar erros e maquiar absurdos, mas não chega a ferir a integridade da história.
Diferente de fiascos como "As Panteras", "Starsky & Hutch" e "Os Gatões", este é um ótimo filme de ação, em que deve-se levar em conta as licenças e absurdos - que já comentei em meu post "Texto Nº2" - para manter-se fiel a mitologia do seriado: ação, aventura e comédia na medida certa.
Vale as duas horas do ingresso.
"Eu adoro quando um plano dá certo!" é o que diria o Gen. Hannibal, então vamos torcer para que este filme também dê certo o suficiente para uma continuação.
See Ya