Que a criatividade em Hollywood está em falta, é evidente há alguns anos, mas a qualidade questionável (antes relegada ao "home entertainment") das produções que invadem os cinemas hoje, estão cada vez mais preocupantes.
Mesmo que o elenco lamentável e os (d)efeitos especiais sejam justificados - ou a falta deles - pelo baixo orçamento, nada explica como roteiros e scripts tão ruins ganham vida e são comercializados.
Caso do recente "Ninja Assassino", que apesar da produção dos irmão Wachowski, ofende até o mais entusiasta das artes marciais, gênero de filme que não precisa muito para agradar seu público, mas neste equívoco chega a ser torturante assistir.
O que me leva ao questionamento: até que ponto vale arriscar em um roteiro "original" ao invés de apostar em uma fórmula conhecida e que tem seu retorno garantido e pode ser melhor aproveitado nos dias de hoje?
Será por isso que os produtores muitas vezes apostam em uma releitura de obras do passado?
Claro, existem aqueles que tem o dedo podre, pois conseguem estragar algo que não só fez sucesso, mesmo com poucos recursos, como tem potencial para ser um blockbuster, visto o avanço tecnológico que desfrutamos hoje.
Exemplo claro de obras contemporâneas: O Planeta dos Macacos, A Fantástica Fábrica de Chocolate (ambos de Tim Burton) e O Lobisomen (Joe Johnston).
Nenhum dos dois são novatos e possuem carreiras consolidadas e reconhecidas pelo conjunto de suas obras, mas como explicar produções tão ruins que não dão a menor vontade de rever, ou sequer aguentar até o final do filme, sem espiar o relógio pra ver quanto falta para acabar a tortura? Atores consagrados participam destas produções e o roteiro original é inquestionável, mas foram um fiasco. E pro nosso azar não são os únicos...
Mas existem poucos casos em que o remake supera o original, como o Scarface de Brian de Palma, ou Cabo do Medo de Martin Scorsese.
Isso ainda sem mencionar as adaptações de filmes estrangeiros (Nikita, Os Infiltrados, Cidade dos Anjos...).
Nestes casos me pergunto (se a memória me falhar): arrisco assistir novamente os originais e perder o encanto, ou fico com o saudosismo que a obra marcou na época em que assisti pela primeira vez qualquer um deles?
Faça você também essa pergunta, e se arrisque (ou não!).
See Ya.
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O ser humano é nostálgico por natureza. É difícil competir com as lembranças felizes de tempos áureos. Questiono agora o caro blogueiro... Será que às vezes já não pré julgamos ou criamos uma expectativa baseada nas nossas impressões passadas, esquecendo que um olhar novo sobre o mesmo cenário ainda pode ser interessante?
ResponderExcluirConcordo que existem derrapadas homéricas com fórmulas de sucesso. Mas ainda acredito que devemos sempre dar uma chance a uma nova releitura.
Abraços